domingo, 28 de janeiro de 2018

Ponto fraco



Sempre fui daquele tipo de mulher que algumas pessoas insistem em chamar de "difícil", o que eu, particularmente, acredito ser uma grande bobagem. Que culpa tenho eu se o óbvio me entedia, o previsível me incomoda?
Gosto mesmo é do que me tira o rumo sem avisos prévios, de gente que banca o que sente e não tem medo do que pode vir depois. Gosto de sagacidade, inteligência com aquele toque de inconsequência.
Boa conversa, bom humor e verdade no olhar... Isso sim me balança.
Mas quer me ver desconcertada mesmo? Vou confessar, meu ponto fraco é o sorriso. Pois é, meio clichê, eu sei. Mas tem sorriso que me desmonta completamente. É mais do que dentes bonitos à mostra, é a forma com que eles me convidam, me atiçam. Dizem que os olhos são a janela da alma, se isso de fato é verdade, o sorriso é a porta me chamando para o paraíso. (soou até meio brega, fazer o que?)
E foi assim que meu tormento começou. Graças àquela "porta", com luzes, placas indicativas e foguetes me dizendo : "vem". Desde então, aquele sorriso passou a não ser mais o bastante e eu queria o paraíso inteiro só pra mim. Queria o gosto, o cheiro, o toque e o pulsar; Queria o colo, o abraço e o peito... Queria o querer dele em cada instante meu. Sem explicação, só queria.
A realidade que tinha em mãos não me comportava mais. Eu transbordava, escorria, inundava. Ele me tirou da inércia, me fez querer mais, cada segundo um pouco mais dele. Então eu fui só inquietação. Sentia como se um furação estivesse pronto a se formar em mim. Por alguns segundos, temia ser devastada, ainda que fosse exatamente isso que meu desejo pedia.
Não sei foi a minha falta de habilidade em esconder ou se foi mera prepotência ele me cercar daquele jeito. Todas as minhas defesas eram em vão, todo "não" perdia o sentido. Palavra sem intenção é apenas um emaranhado de sons, e ele sabia, que qualquer recusa vinda dos meus lábios, valeria muito menos do que o silêncio dos nossos beijos. Era questão de tempo, inevitável.
Confesso que tentei, tentei me agarrar com unhas e dentes ao que entendia por certo. Entretanto, de sorriso em sorriso minhas certezas foram ruindo e minhas unhas já sonhavam ser cravadas naquelas costas largas, e meus dentes em se perverter pelo caminho. Nada mais me parecia tão certo como a incerteza dos instantes que se aproximariam.
Acabaram minhas defesas, terminaram as contestações, findaram-se as tentativas. As pernas não me levavam mais à fuga, elas me levavam pra ele, me entrelaçavam nele. E o toque não me incendiava só em sonho, a boca não me invadia só o pensamento. Ele era meu em corpo, desejo e sorrisos.
Me rendi. Afinal, que culpa tenho eu se o moço do sorriso bonito nasceu com minha "criptonita" bem ali, no rosto dele? Que culpa tenho eu se além de escravizar minha imaginação, ele ainda  hipnotizou minhas intenções com aquele par de olhos?
E ainda há quem diga que sou difícil...Não sou. Não hoje. Não pra ele. Não pra esse sorriso. De agora em diante, minha missão é uma só: ser o ponto fraco dele.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.