domingo, 21 de janeiro de 2018

Possibilidades



Uma das coisas mais dolorosas da vida é viver de "possibilidades".
Eu poderia ter um trabalho melhor, um salário melhor, uma casa melhor... Poderia morar em outro país. Quem sabe não estaria mais feliz?
Eu poderia ser 5 quilos mais magra, ou mais gorda, ter uma pele mais firme, um corpo mais definido... Poderia ser mais elegante. Quem sabe não seria mais desejada?
Eu poderia ter me casado com aquela pessoa por quem sempre fui apaixonada e nunca tive coragem de dizer... Poderia ter uns 2 ou 3 filhos, acordar com uma bela mesa de café da manhã pronta. Quem sabe eu não me sentiria mais realizada?
Eu poderia ter feito outra faculdade, me especializado em outro assunto... Poderia pensar mais na grana do que na minha vocação. Quem sabe eu não me sentia bem sucedida?
Eu poderia ter dito "eu te amo" para pessoas que achava importantes para mim. Poderia ter doado um pouco mais do tempo para elas. Quem sabe assim hoje me sentiria menos culpada?
Eu poderia ter aceitado aquela oportunidade de emprego, ter arriscado em outra área. Quem sabe eu não me sentiria empreendedora?
Eu poderia ter transado com mais pessoas, conhecido posturas, objetos e práticas. Quem sabe assim eu me sentiria mais ousada?
Eu poderia ter parado de comer glúten, lactose e farináceos, poderia ter largado o açúcar. Quem sabe assim eu me sentiria mais saudável?
Eu poderia ter menos contato com redes sociais, poderia abdicar do uso frequente do celular. Quem sabe eu me sentiria menos alienada?
Eu poderia abandonar meu sonhos, poderia ser mais racional. Quem sabe eu me frustraria menos?
Eu poderia ser mais egoísta, poderia deixar de me importar com o que as pessoas sentem. Quem sabe assim eu me sentiria menos sobrecarregada?
Eu poderia, eu poderia... eu poderia.
Passar uma vida inteira,  devaneando em "SE", em completa inércia é jogar tudo o que foi vivido e conquistado, no lixo. É ignorar o quão importante é evoluir, crescer e encarar impossibilidades.
Eu poderia ser alguém melhor, mas hoje eu escolhi ser o melhor que eu puder. Porque eu descobri que posso ser infinitamente mais interessante se eu aceitar a imperfeição que existe em mim.
Tudo bem fracassar às vezes, tudo bem perder, tudo bem errar, tudo bem não conseguir. O preço que se paga por tentar ser feliz é caro, mas tem tanto valor...
No fim das contas, o que importa mesmo é "dar a cara a tapa" e aprender com a dor que ele causa. E se der errado, bem, aí a única opção que nos resta é: Recomeçar.
No fim das contas, viver importa mais do que as inúmeras possibilidade de estar vivo.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.