sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Vapor


Confesso, imaginei esse momento várias vezes, de inúmeras formas mas agora, aqui, te olhando através do box, enquanto a água percorre seu corpo... É surreal. Meus olhos são capazes de passar horas e horas e horas, completamente​ viciados, devorando cada pedaço seu. Mesmo sabendo que o melhor momento é o que virá agora com esse sorriso que você dá ao me puxar para o chuveiro também.

O beijo me recepciona como se aquele fosse o primeiro instante que nossos lábios se encontram, como se minutos atrás não saíssem deles os gemidos que só nosso sexo causa. O abraço me encaixa, as mãos deslizando sabem o que fazer, conduzindo meu corpo em sincronia com o teu. Desejo condensando, virando vapor.

Boca, nunca, mordida, dedos, tapas e o sussurro fatal ao pé do ouvido "você só sai daqui quando gozar, filha da puta". As mãos firmes empurram minhas costas, meu dorso vai para frente, minhas mãos apoiam na parede, a bunda empina( já sabemos o que vem a seguir). Os dedos encaixados no meu quadril, meu mel escorrendo junto a água do chuveiro, meu corpo pulsando, pressentindo, convidando. Mas você provoca, desce de-va-ga-ri-nho, ajoelha, passa a língua, morde minha bunda, chupa minha boceta, me faz gozar gostoso e implorar: "Me come, filho da puta. Você não disse que iria me arregaçar? Mete logo esse pau, e com força."

Você levanta. Voltamos a posição inicial. Temos uma promessa a cumprir e sabemos disso. Te olho por cima do ombro e sorrio. Pronto, era o que faltava pra te tirar do sério. Uma mão segura meu cabelo, a outra aperta meu quadril, e você mete, tudo de uma vez... Peço tapa, você dá. Você manda eu gemer mais, eu grito. Corpos arrepiados, entregues a uma espécie de transe. Nosso tesão é quase palpável.

Não é novidade pra você que já toquei muitas pensando como seria quando suas ameaças se transformassem em algo mais gostoso do que a nossa imaginação, mas nada se aproximou dessa realidade aqui. Nada me fez chegar tão perto da insanidade do que ouvir sua respiração ofegante anunciando o gozo. E peço " me enche de porra, vai!" 

Lá vou eu gozar outra vez. As pernas fraquejam, você me segura, seu momento está perto de chegar também. Cada vez mais fundo, cada vez mais forte, cada vez mais rápido e... "Ahh!" Nossos corpos se entregam juntos, finalmente. 

Exaustos, saímos do banho. Pedimos pizza pra matar a fome que nossa gula por nós causou.

Te olho e você me devolve o gesto com um sorriso. Você me beija. A paz me abraça a alma. Pego a taça de vinho e mais uma vez te olho, assim, sentado diante de mim, com essa carinha de menino, encarando o último pedaço de pizza como quem já pensa na sobremesa, meu pensamento novamente é sequestrado pelo desejo.

Sorrio maliciosamente : "Quer sorvete?" Você entende, abre espaço na mesa e diz: "Dessa vez eu quero com calda"

E lá vamos nós outra vez...