Fotografia: desconhecido |
Na vida encontramos alguns percausos,obstáculos que por muitas vezes nos fazem querer parar. Mas nenhum deles pode ser tão doloroso quanto a ferida do engano, onde o golpe duro veio das mãos de alguém que antes afagava.De onde, e de quem menos esperamos.
Estancar a dor, seguir em frente, pode ser inicialmente a parte mais difícil da caminhada. Fica de pé e dar o primeiro passo depois de ter sido abatida ao chão,quando as defesas estavam desarmadas.Dar um passo após o outro, devagar,respeitando os limites da própria dor.
O tempo passa, já é possível caminhar com uma certa firmeza, mas como enfrentar a vida? Com toneladas de cicatrizes,que pesam a ponto de criamos muros,cercas elétricas, e vigilância contínua em torno da Alma, para que ninguém se aproxime novamente.
Já não é possível entender que mãos estendidas oferecem afago e cuidado, e que mãos irão trazer dor. Esquecer é impossível, por mais que se finja.Ninguém permanece o mesmo depois de um engano. Parece que a vida que antes tinha uma cor, agora traz sempre uma mancha negra. Uma nova paisagem nunca é uma nova paisagem, ela é um pouco do passado doloroso onde ficaram nossos pedaços.
Alma é um pouco como vidro, depois de quebrada não volta a ser inteira, nunca. E o desafio nisso tudo, é não ferir ninguém com esses cacos. É não repetir o que nos foi causado. O desafio é viver além do engano e acreditar de novo, confiar de novo, se entregar de novo.
A gente aprende a seguir com as cicatrizes,a gente aprende a se tornar inteiro nos pedaços...a gente só não aprende a deixar de chorar,a deixar de doer...
Porque vir ao mundo com a missão de sentir, nem sempre são flores... na maioria das vezes, são espinhos,uns espetados,outros cravados na Alma.