Depois de tanto relutar, meus olhos foram tomados pelo breu da noite. Seu sorriso foi o primeiro a chegar, foi como um toque de brisa na pele. Você me olhou pela primeira vez...
As paredes daquele lugar onde você cogitava como seria nós dois, foi o primeiro lugar onde me apresentou seu desejo. Foi ali que me apresentou seu toque, orquestrou meu beijo, incendiou meu corpo. Impregnou meus gemidos.
A cama, que por tantas vezes eu avistei em suas fotos parecia pequena pra suportar nosso desejo. Meu corpo tão seu, como cada intenção minha. Entre lençóis, suor, algemas e fluidos, seu abraço acalentou meu cansaço.
A água do banho, aos poucos me trazia de volta a realidade, me
tirava daquele transe... e o estômago já pedia por alimento.
Enrolada na toalha, vejo suas costas nuas enquanto preparava nosso jantar. Era o convite perfeito pra eu me encaixar, e fui. Beijando suas costas devagar, te arrepiando como se fosse a primeira transa. Acariciei sua barriga, seu peito e deixando a toalha cair colei meu corpo no seu.
A fome já não ardia no estômago... A urgência não nos permitiu esperar, o tempero da nossa pele atiçava muito mais o paladar. Suave e intenso, senti seus lábios em mim. Te senti por inteiro quando, deitada naquela bancada, você fez do pulsar, mel. Se fez meu.
A gente brigou, nem sei porquê. Só me lembro da dor esmagando o peito e sua frieza me dilacerando por inteiro. Calei, chorei e parti.
Na beira da praia minha mente refazia cada cena: encontro, beijo, toque, sexo, briga, choro, dor... Parecia um ciclo infinito. E os olhos se faziam mar, um com a tristeza.
O arrependimento te arrastou até mim depois das inúmeras ligações não atendidas. Seus olhos pareciam compreender a agonia dos meus. Sua boca não sabia o que dizer...
O silêncio nos abraçou, seu toque me levou de volta pra casa, seu amor de menino me cuidou. E então você se despiu do orgulho e das roupas.
Me abraçou, calou o medo. Seus olhos “pôr de sol” me fizeram renascer.
Suor escorrendo
Acordei.