segunda-feira, 1 de maio de 2017

(+18) O dia que perdi o amor da minha vida


Fotografia: desconhecido



Caro(a) leitor(a), deixe eu me apresentar. Sou Breno, 32 anos,designer em uma empresa de publicidade. Sempre priorizei por uma vida bem vivida - se é que me entende. Gosto de vivenciar o melhor de cada situação, provar novos sabores,viajar, descobrir novas paisagens, outros climas. Gosto de testar meus limites, sentir que sempre posso ir além do que eu acreditava.
Em uma dessas viagens solitárias por esse mundão, encontrei alguém que de fato me despertou o desejo de vivenciar o melhor daquela situação. Helena era uma mulher linda, não porque tinha corpo escultural; Ela tinha um mistério que me convidava,que me prendia. Um sorriso leve, e olhar felino.  Já estive com muitas mulheres, muito mais gostosas que ela; (confesso que isso me intrigou, num primeiro momento, o que me fazia desejar conhecer aquela criatura? ela nem era tão gostosa assim.)

Nossas conversas eram longas. Não imaginei que fosse capaz de parar para escutar uma mulher falar. 
A princípio foi só isso. Permanecemos assim por dois dias, em um almoço ou café, uma boa companhia para conversar. 

Nossas viagens tomaram rumos diferentes, eu iria para a Alemanha e ela para o Chile.
Nos despedimos e fim.
Vivi coisas intensas na Alemanha, foi maravilhoso. Mas quando voltava para o hotel senti falta daquela conversa, pensei em ligar pra ela, saber como estavam as coisas no Chile. Logo desisti, arrumei as malas para voltar para casa.
Desembarquei no Brasil com o tipico e confuso cansaço que só uma mudança de fuso horário é capaz de explicar. Cansado,mas com histórias  pra contar bem maiores do que o número de malas que eu carregava.
Dois meses se passaram, saí algumas vezes com uns amigos, fiquei com algumas pessoas mas nada especial. Até que meu celular tocou.

- "Oi, é a Helena".
- (Helena... ah, a moça misteriosa) "Oi Helena, como vai?"

Ela estava de volta ao Brasil, queria contar sobre a viagem e saber como foi a minha. Marcamos um almoço.
Foi uma conversa boa, como sempre. Me fazendo vencer meus preconceitos e estigmas. Eu, o cara que sempre saia com mulheres com uma finalidade simples: leva-la para cama; estava ali parado, hipnotizado por aquele par de olhos e uma voz macia.
Você deve estar se perguntando: "não vai rolar nada ?". Vai sim. 
Rolou durante dois anos. Fomos um casal F*da (se me permite dizer). Parceiros, amantes, companheiros... Eu achei aquela mulher que muitos caras, inclusive eu, acreditava não existir. 
Ela se pertencia, era dona dos seus desejos mas sabia me acolher,me entender, me cuidar, me dominar (no melhor sentido da palavra...rsrs). E o sexo? já falei que ela sabia me dominar, entenda isso como uma dica.
Nem tudo foi perfeito, tivemos nossos desentendimentos mas nada grave. Até que...estraguei tudo.
Meu desejo por conhecer coisas novas, essa inquietação, essa imaturidade que sempre me motivou a querer provar pra mim mesmo que eu era "o cara", me fez perder tudo que a gente construiu junto.
Enquanto eu estava com a Helena,esporadicamente ficava com outras mulheres. Lena e eu não morávamos juntos, o que facilitava muito pra mim.Não significava nada ter outras mulheres num fim de semana ou outro, trocar umas mensagens, ou uns nudes pela madrugada. Não significava nada, mas eu não abria mão.
Sempre me perguntei se Helena sabia desses casos ou não. O mistério dela nem sempre era encantador.
Uma noite de quinta feira, chovia muito, desmarcamos um encontro nosso e remarcamos para o dia seguinte. Mandei uma mensagem para Rosana, uma das "amigas" com quem eu conversava sempre por rede social. Foi o de sempre, nos "pegamos" e cada um foi pra sua casa.
Cheguei em casa, mandei uma mensagem para Helena: "Trabalho hoje me prendeu até tarde.Boa noite amor, saudades.". Ela respondeu "Descanse.Saudades também, até amanhã. bjs". Fui dormir ainda com o perfume da Rosana na minha pele.
No dia seguinte, mal levantei da cama, percebi uma notificação no meu celular. Era a Helena. Para combinar o encontro de hoje (eu pensei), mas não era. Era uma foto minha com a Rosana.
- "Cara**", ela descobriu.
Esperei toda pedrada,xingamento, fúria e choro dignos de uma mulher traída. 


Nada. Nem uma frase, nem uma ligação. Nada. Liguei para ela, com uma bela desculpa esfarrapada em mente. Helena não atendeu.
Acreditei que fosse uma reação momentânea e logo ela mudaria de ideia.
Dias depois, liguei, fui até a casa dela. Ela não me atendeu. 
Tudo que eu recebia em resposta aos meus gritos,era silêncio.
Todos os dias adormecia olhando para o celular e acordava olhando para ele. Ela nunca mais apareceu.
Nem mesmo para se despedir.
Três anos depois eu ainda penso o que teria sido dessa história se eu tivesse sido menos egoísta e além de ouvi-la em nossas conversas eu tivesse ouvido o que cada gesto dela me dizia. Se eu tivesse compreendido que ela fez renúncias para estar comigo,eu esse cara infantil, idiota e inseguro.
Helena saiu da minha vida da mesma forma que chegou, misteriosa.
Helena levou uma parte minha que não sei se um dia serei capaz de reencontrar.
Eu nunca mais soube dela.


Sigo a vida, vazio e sedento.. de boca em boca, de cama em cama.
Mulheres nunca me faltam, me falta ela... e isso, é o maior arrependimento que carrego.




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