segunda-feira, 8 de maio de 2017

Amor: singular ou plural?

Foto: Aditheto S.


Quantas vezes podemos Amar?
Aos 13/14 anos achava que amor era ouvir músicas românticas e um dia poder dar um abraço no vocalista de um grupo adolescente (sim é patético rsrs)
Aos 16 achava que amor era poder ter atenção do rapaz mais popular do colégio por quem eu tinha uma quedinha (eu e o resto das meninas da escola).
Aos 17 achava que amor era poder ser correspondida pelo meu melhor amigo, por quem de fato era apaixonada.- Primeira paixão na vida da gente é coisa que deveria ser proibida, é uma coisa "embestializante" - Enfim...
Depois de muitas noites chorosas e um coraçãozinho em cacos, achei que amor era aprender a viver sem a pessoa que eu gostaria que estivesse comigo e desejar a ela o melhor. Ser feliz ao saber que ela era feliz, ainda que fosse bem distante dos meus olhos.
Foi então que achei que amor era ficar sozinha. Até tinha uma frase que usava muito nessa época : "Existe o Amor da nossa vida, e existem amores que passam por nossa vida." Usava essa frase toda vez que queria justificar minha solidão, como se o Amor da minha vida tivesse ido embora e não tivesse expectativa alguma de que um outro amor passasse por ela.
Foi um tempo doloroso, por mais idiota que hoje possa me parecer; foi um daqueles períodos de auto conhecimento. Nessa época eu tive meu primeiro contato com a terapia. Cresci em poucos meses o que não tinha sido capaz de crescer em anos.
Aos 22 anos, achava que amor era finalmente ver um sonho se realizando, me apaixonar por alguém que me queria também. Ganhar carinho, bombom e passear na rua de mãos dadas... Até o sonho de meses acabar e me levar novamente pra aquela "antiga caverna" onde eu achava que o melhor era ficar sozinha, e ainda com a ferida de ter sido abandonada mesmo tendo oferecido o meu melhor. Foi a pior dor que vivenciei até então. Achei que amor era um monte de falsas promessas. Novamente me fechei.
Aos 24 anos, fui aprendendo que amar era se deixar conquistar por alguém que aos poucos poderia ganhar meu coração e minha confiança; Fui aprendendo que poderia me permitir ser cuidada,respeitada e ouvida como nunca tinha sido antes. Fui aprendendo que era forte e que minhas feridas poderiam ser curadas com o tempo... Fui aprendendo a me reerguer e seguir a vida com um sorriso no rosto.Fui aprendendo que o Amor poderia ser mais bonito do que tudo que eu tinha sonhado um dia... Até que um belo dia, tudo acabou,sem mais nem porquê e novamente o gosto amargo de ser enganada me veio a boca.
Nocaute outra vez... e esse, confesso que me gerou algumas "fraturas expostas na alma" das quais ainda carrego cicatrizes.
Aos 26 fui aprendendo que amor poderia ser reaprender a gostar e perdoar, que poderia ser dar uma chance a mim mesma de me refazer.Fui aprendendo que amor mesmo não costuma morrer com facilidade, ainda que ele "entre em coma profundo"; Que confiança depois de perdida dificilmente volta a ser a mesma mas que isso não precisaria significar condenação ao fracasso do relacionamento pelo resto da vida.
Aprendi que o amor por mim mesma deveria vir antes do que o por qualquer outra pessoa e que carinho e atenção demais nunca era bom. Aprendi a dizer não quando queria dizer e a dizer sim também, que se ama com os sentidos e afetos mas também com a razão. Que companheirismo não tem preço e que amadurecer ao lado de alguém é maravilhoso.
Tomei alguns tombos ainda, dolorosos. Mas aprendi a levantar e questionar qual o meu papel diante da dor que me causavam e ponderar se devo (ou quero) a convivência.
Aos 29 continuo me refazendo, a cada dia, e aprendendo a infindável arte de me relacionar com alguém,sobretudo comigo mesmo.
Não importa se é o Amor que ficará por um longo tempo da vida ou se será o Amor que passará... Basta que seja Amor.
E por fim, me respondi...
Quantas vezes podemos Amar?
Quantas vezes nos permitirmos fazê-lo.

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