quarta-feira, 12 de abril de 2017

Relatos de uma amante

Fotografia: Desconhecido


Vou começar do início. Não sei se você vai me entender, se vai me julgar, mas eu preciso falar com alguém.
Conheci uma pessoa numa rede social, ele me mandou uma solicitação de amizade e eu aceitei.
Ele prontamente falou "oi" e desde então não paramos mais de nos falar.
As conversas foram tomando uma proporção cada vez mais íntima, quando percebi já estava envolvida (e acreditava que ele também.)
Sou casada. Meu casamento não é um 'mar de rosas', e no passar do tempo tudo vai ficando desgastante demais. 20 e poucos anos de casamento, dois filhos, não é nada fácil.
Ele era tudo que acreditava precisar: carinhoso, atencioso, engraçado, companheiro... Mal se importava se eu era 'comprometida' ou não. - sabe como é, rapaz novo quando se mete com mulher mais velha...rs .A gente não se desgrudava. Era o dia inteiro se falando, seja pela internet ou pelo celular.
Embora morássemos em estados diferentes, conseguimos nos encontrar algumas vezes. Foi maravilhoso!
Bem, parecia que tudo ia ser perfeito até ele aparecer comprometido.
Eu sabia que ele tinha outras iguais a mim, (embora sempre quisesse me sentir única) mas namorar, mudar status no Facebook, assumir ela pra todos, se declarar, levar pra casa dele, ir a casa dela? Isso mexeu comigo, fiquei possessa de ciúmes.
Ta aí outro problema, ciumes... A gente briga o tempo todo por causa de ciúmes.
Digo que nunca mais vamos nos falar e sempre volto atrás. Sou fraca.
Pra ele, tanto faz. Me procura quando "dá na telha", por diversão, controle ou simplesmente para alimentar seu ego.
A verdade é que essa vida dupla me enlouquece... No fundo eu sei que ele não me ama de verdade mas não consigo me desligar.  Ele faz de mim o que quer, me faz de segunda, terceira opção e eu aqui, sempre aceitando ele de volta.
E ainda tenho que manter a minha máscara, "desfilar" com meu marido e filhos fingindo ter a "família de comercial de margarina".
Uns me chamam de falsa, sem vergonha (muitas vezes sei que eles tem razão). Sei que não sou um exemplo a ser seguido mas poucos entendem como me sinto.
Eu provoco, mando indiretas pra ela (a oficial), chamo de idiota, de trouxa, ligo para o celular dele quando sei que ela está lá com ele, mando mensagem... Falo que ele é meu, que somos feitos um para outro, que nos amamos muito. Toda vez que estou bem com ele, faço questão que ela fique sabendo (pura insegurança minha).
Adoro provocar e causar brigas entres eles.
Ela é tão diferente de mim, nunca revidou nenhuma dessas provocações.
Um dia ela me chamou pra conversar. Eu gelei, não tive coragem de encara-la de frente.
Eu fugi, tive medo dele sentir raiva de mim e nunca mais me querer.
Sabe, na verdade eu só queria que ela tivesse a coragem de fazer algo que eu não consigo: "abrir mão dele."

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