(Imagem: Ive Freya)
Durante toda a vida, somos moldados a agir e reagir de acordo com o que esperam. Nos são ensinados atos que trazem conotação de independência, mas... independência de que? Será que existe mesmo essa tal que tanto proclamamos ao atingir os 18, 20 ou 30 anos?
Somos interdependentes a vida inteira. Aprendemos a caminhar com as próprias pernas, a prover o próprio alimento, a criar nossa família ( ou não), abrir nossa empresa,construir uma carreira... Já pensou no que cada um desses tópicos implica? É, para cada um deles, precisamos de alguém - ainda que indiretamente. Construir um ideal e alcançá-lo significa fazer escolhas. E quem disse que isso depende somente de nós mesmos?
Okay, quero ser bem sucedida em minha profissão, ajudar pessoas e ter uma boa aposentadoria para viajar o mundo inteiro com minha família. Lindo não é? Para isso, preciso ser aprovada pelos "pacientes/clientes", ter um reconhecimento e solidificar meu nome, ter um governo que valorize meu trabalho através de leis cumpríveis (sentiu o peso disso? desesperador! rs) etc ...
Os sonhos podem ser meus mas realizá-los vai depender de mais alguém, de vontades alheias as minhas...
Demorei a perceber que a vida não gira em torno dos nossos sonhos, ela simplesmente acontece. "Vivê-los de forma digna" é que se mostra tão desafiante nos dias atuais onde o caráter é colocado a prova o tempo todo.
Você seria capaz de abrir mão dos seus princípios para ter aquilo que sempre sonhou ter, independente do que isso possa custar? Ou abriria mão de todos os sonhos para ter paz consigo mesmo? É tênue a linha do orgulho e dos princípios.
Estamos tão imersos, tão inertes que muitas vezes nem sabemos se sonhamos por nós mesmos ou se consciente ou inconscientemente, o fazemos para realizar vontades que imputaram a nós um dia. Já se perguntou o porquê ? O que quer alcançar com isso?
Vivemos em um hipermercado. Embalaram e colocaram preços em nossos sonhos. Em cada um deles. A única "escolha" que nos resta é: a foma de pagamento.
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